são os principais requerentes
Pedidos de asilo duplicaram<br>na UE
Os pedidos de asilo a países da União Europeia duplicaram no ano passado relativamente a 2014, de acordo com dados do Eurostat, publicados dia 4.
Mais de um milhão e 255 mil pessoas solicitaram a protecção internacional no espaço comunitário.
A comprovar que as guerras estão na origem da presente vaga de refugiados, o Eurostat constata que a maioria dos pedidos foi feita por migrantes oriundos da Síria, Afeganistão e Iraque, por sinal três países desestabilizados por intervenções militares directas e indirectas de potências imperialistas, incluindo vários países europeus.
Os sírios lideram a lista, com 362 800 pedidos, número que duplicou face a 2014. Embora expressivo, o fluxo de nacionais sírios para a Europa é apenas um pálido reflexo da tragédia que se abateu sobre este povo.
Com efeito mais de quatro milhões de sírios foram forçados a abandonar o seu país e mais de dez milhões são deslocados de guerra. A maioria não veio para a Europa, tendo sido acolhida no Líbano (1,2 milhões), na Turquia (dois milhões), na Jordânia (650 mil), no Iraque (250 mil) e no Egipto (130 mil).
Os afegãos são a segunda nacionalidade com mais pedidos de asilo entregues na UE, os quais quase quadruplicaram para os 178 200.
Lembre-se que as intervenções imperialistas, com particulares responsabilidades dos países europeus, mantêm o Afeganistão em estado de guerra há mais de 30 anos, sem que a paz se perspective.
Os terceiros da lista de pedidos de asilo são os iraquianos, com 121 500 requerentes, número sete vezes superior ao do ano anterior.
Na origem do êxodo está mais uma vez uma guerra sangrenta desencadeada há 13 anos por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos. O conflito não só não terminou como conheceu uma nova escalada com a invasão de um terço do território iraquiano pelo chamado Estado Islâmico, em 2014.
Esforço desigual
A Alemanha é o país que registou maior número de novos pedidos (441 800, 35% do total da UE), seguindo-se a Hungria (174 400, 14%), a Suécia (156 100, 12%), a Áustria (85 500, 7%), a Itália (83 200, 7%) e a França (70 600, 6% do total).
Em termos comparativos, os países com maior incremento de pedidos foram a Hungria (320%), a Áustria (230%), a Bélgica (180%) e a Espanha (170%).
Os dados do gabinete europeu de estatísticas mostram ainda que o Reino Unido, país que tanto alarme tem criado em torno da questão dos migrantes, apenas recebeu 3,1 por cento dos pedidos de asilo.
Relativamente à população de cada país, a Hungria encabeçou a lista com perto de 18 mil requerentes por milhão de habitantes, seguindo-se a Suécia com 16 mil por cada milhão, a Áustria com cerca de dez mil, a Noruega e a Finlândia com perto de seis mil cada, e só depois a Alemanha com quase 5500 requerentes de asilo por milhão de habitantes.